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Não
A vida sempre a dizer não
Rindo pelas costas
E eu, São Judas, em oração
Me diga… se tudo no mundo começou com um sim
Andarei eu olhando a vida de viés?
O jogo é o mesmo, tem os tons da corte
Do meu canto estofado lanço olhares longos, não nego a indecência
Cá estou acima das enchentes, a salvo da miséria
Não posso desconsiderar as nuances perversas desse caldeirão
Há tantos atores felizes
Me coloquei fortemente na vida, abri minhas estruturas
Difícil é reparar no detalhe. Vivo e morro por ele
É fresta que parte a estrada, é peça que descortina o crime
É aresta que significa o homem
De lupa enxergo o morro a quilômetros do paraíso
A formiga a carregar o grão de cada dia
Os reis a colher da colher alheia
Sigo em oração São Tadeu
Não posso mudar, não posso negar
Não, não, não.
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